terça-feira, 22 de setembro de 2009

Felicidade, foi-se embora...

Não sei de onde é este texto (encontrei-o no meu computador, no meio de umas tralhas antigas), mas achei interessante as conclusões...e é importante ler isso, principalmente agora...

“Não conte com o sucesso na carreira para atingir a felicidade”

A psicóloga russa Sonja Lyubomirsky, autoridade mundial em estudos sobre a felicidade, afirma que poder e dinheiro trazem apenas prazeres passageiros. Mas perseguir metas é o caminho para a realização

Sonja Lyubomirsky

Sonja Lyubomirsky é professora, e não guru. Ph.D. pela Universidade de Stanford, seu endereço comercial é o Departamento de Psicologia da Universidade da Califórnia, campus de Riverside. Considerada uma das maiores autoridades mundiais em estudos sobre a felicidade, Sonja tornou-se conhecida fora dos meios acadêmicos em 2007, quando lançou A Ciência da Felicidade. Publicado no Brasil no ano passado, o livro vale-se de método científico para tratar de algo tão imaterial quanto ser feliz. Segundo Sonja, 40% é a parcela de nossa felicidade que temos o poder de mudar pela forma como agimos e pensamos. Uma fatia de 50% vem da herança genética. E os 10% restantes são explicados pelas diferenças nas circunstâncias de vida (riqueza ou pobreza, saúde ou doença). Em uma pesquisa citada no livro, americanos que ganham mais de US$ 10 milhões por ano relatam níveis de felicidade pouco maiores que os funcionários que empregam. Sonja é russa, mas está radicada nos Estados Unidos desde criança. Nesta entrevista, ela explica por que sucesso não é o mesmo que felicidade.

A maioria dos homens de negócio sonha com sucesso profissional, carreira e dinheiro. Pensar que esse é o caminho para a felicidade é um erro? Há duas respostas para isso. A primeira é que você não deveria contar com o sucesso na carreira para atingir a felicidade. Porque qualquer que seja o sucesso que obtenha, você se acostuma com ele e logo quer mais. Você se torna o presidente da sua empresa e, mesmo assim, isso não é suficiente. Mas perseguir metas é importante e está associado com felicidade. Desde que a meta seja sua, e não uma meta cultural ou uma meta que sua empresa impôs. Tem de ser algo que você pessoalmente queira alcançar. A outra resposta é que não só o sucesso pode fazê-lo feliz, como também pessoas mais felizes são mais bem-sucedidas. Dois colegas e eu conversamos com 225 estudantes sobre felicidade. A questão era: o que você ganha por ser mais feliz? Bom, há um monte de benefícios. Pessoas felizes têm maior probabilidade de se casar, são mais saudáveis, ganham mais dinheiro e são mais produtivas no trabalho. Então, sucesso no trabalho faz as pessoas felizes, e se você é feliz, vai ter mais sucesso no trabalho.

A senhora afirma no livro que as pessoas felizes ganham mais, são melhores chefes e melhores negociadoras. Isso pode ser provado? Fazemos três tipos de estudo para tentar sustentar esse argumento. Um é correlacional e mostra que pessoas felizes são mais bem-sucedidas. Mas você não sabe se a felicidade leva ao sucesso ou o sucesso leva à felicidade. Fizemos, então, estudos longitudinais através do tempo. Medimos, por exemplo, a felicidade dos empregados de uma companhia e, em três anos e meio, voltamos e falamos com chefes e supervisores. Perguntamos sobre o desempenho dos funcionários que foram entrevistados. E descobrimos que os empregados mais felizes no primeiro teste foram melhor avaliados do que os demais. Isso é importante, porque o sucesso dessas pessoas não causou a felicidade delas, três anos e meio antes. Fizemos também estudos experimentais. Você não pode fazer as pessoas mais felizes sempre, mas pode por um dia. E pessoas de bom humor são mais criativas e melhores para resolver problemas.

Um líder feliz cria ao seu redor um ambiente feliz? Sim. Eu tenho um colega de departamento que faz pesquisas sobre liderança. Ele diz que líderes felizes estimulam a felicidade de suas equipes. Líderes carismáticos e energéticos inspiram suas equipes.

É possível levar para as empresas a teoria de que controlamos até 40% da nossa felicidade? Sim, absolutamente. A teoria não diz somente que 40% da sua felicidade é a parte que você controla. Ela diz que, de modo geral, quando você olha para uma companhia com mil empregados e tenta entender por que alguns são mais felizes que outros, 50% é por causa da genética e até 40% é pelo que cada um faz ou pensa.

Apenas 10% tem a ver com mais ou menos dinheiro, mas a maioria das pessoas no mundo dos negócios passa a maior parte da vida focada nesses 10%. Faz sentido? Não acho bom que a meta seja só ganhar dinheiro. Se for, você vai querer sempre mais e mais dinheiro. Só isso. Mas com frequência a meta é uma mistura de coisas. O prazer de criar um negócio novo, de interagir com as pessoas. Além disso, o dinheiro permite fazer coisas que te deixam feliz. Para algumas pessoas, é parar de trabalhar um tempo e viajar, ou passar mais tempo com os filhos, ou escrever um livro. Gente que não tem dinheiro não pode fazer isso. Ou seja, o dinheiro pode fazer as pessoas mais felizes se ele for bem gasto. De preferência com experiências. Os americanos são famosos por querer ter o melhor carro, a melhor casa e uma grande televisão. Mas eles se adaptam a essas coisas e depois querem mais. Elas não trazem felicidade de verdade. Ao passo que, quando se gasta dinheiro com experiências, como receber uma massagem, tomar um bom vinho, passar o tempo com amigos, isso te faz feliz.

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